terça-feira, 23 de agosto de 2011

Da lama ao caos, do caos à lama...




E hoje eu chego na aula e eis que meu professor trás para aula nada mais nada menos que um vídeo sobre o Chico Science e Nação Zumbi e o Movimento Mangue beat Ele fez uma relação entre os movimentos do Mangue Beat e o intelectual brasileiro que pioneiramente mapeou o drama da fome no Brasil e no mundo, Josué de Castro Mostrando como o cientista tem forte influência na cultura do movimento.

“O que falta é vontade política para mobilizar recursos a favor dos que têm fome”
Josué de Castro

Da Lama Ao Caos
Nação Zumbi

Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar                                            
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
"Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
"Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana


Preciso nem dizer que a aula foi Perfeita neah

Pra vocês então um pouco do Chico Science e Nação Zumbi \õ




Na luta contra as Multinacionais e o Sistema "corporocrata" [O povo não deve temer seu estado. O estado deve temer seu povo.]


Bem galera, hoje navegando pela Net eu vi um vídeo bem interessante de uma galera que se uniu para lutar pela liberdade e um mundo livre de opressão.” Em um mundo onde a corrupção esconde sua 'face em cada esquina, Anonymous está lá para enfrentá-lo com força.” 

A "Anonymous" é o nome de uma organização Hacker-Revolucionária que age no mundo todo. Foi organizada na Europa em 2003, e hoje no mundo todo pessoas agem com a Anonymous contra um sistema "corporocrata" ["O governo das grandes empresas", é a denominação de um governo presumível em que o poder seria transferido do Estado (ou seja, de exercido em nome do povo) para o controle por empresas privadas.] que se instaurou no mundo. Não se assuste com essa mensagem, pois a Anonymous possui meios de mandar mensagens para todos os e-mails existentes através de sua ação "hacker". Sua ação consiste em fazer propaganda de idéias via internet, e ataques virtuais aos centros de poder. 

A "Anonymous" pode não ser ninguém que você conheça, mas luta contra problemas na qual vocês vivem: trabalham dia e noite colhendo menos frutos que aqueles que simplesmente nos controlam, nos oprimem. Meia-Dúzia de Corporações multinacionais controlam a imprensa e os governos e ainda oprimem quem os questiona. Isso é uma ditadura disfarçada de Democracia, pois não elegemos nenhum governo, pois essas corporações multinacionais sempre estarão por trás de qualquer governo, visto que elas financiam a campanha dos principais partidos em disputas eleitorais no mundo todo.

Objetivo:

Um mundo melhor é o objetivo, livre do domínio da empresa através de um sistema corrompido. Livre de governos tirânicos e opressivos que violem os direitos do povo.
O plano é simples: educar-se e melhorar sua própria qualidade de vida como você espalha a mensagem de liberdade e esperança para um mundo melhor para as massas. Rally o apoio dos outros e ajudar não só a si mesmo, mas as massas se libertarem das amarras de um sistema corrompido e viver uma vida com mais qualidade.


Eles lançaram um vídeo na internet sobre a fraude do campanha do “Criança Esperança” organizado pela emissora de TV Rede Globo O vídeo é bem interessante e vale apena conferir !! É sempre bom abrir os olhos para a realidade muitas vezes maquiada e escondida.

Assistam os vídeos e tirem suas próprias conclusões!! 





"Estamos presos ao modelo, somos parte dele."

"Não se deve contar com a minoria silenciosa, pois o silêncio é algo frágil. Um ruído alto... e está tudo acabado. O povo está amedrontado e desorganizado demais. Alguns tiveram a oportunidade de protestar, mas foram como vozes gritando no deserto. O Barulho é Relativo ao Silêncio que o Precede. Quanto Mais Absoluta a Quietude, Mas Devastadoras as Palmas."


V de Vingança  

domingo, 21 de agosto de 2011

Um dia frio, Um bom lugar pra ler um livro... Um bom Livro



Florbela Lobo veio ao mundo em Vila Viçosa (Portugal), na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1894. Era filha legitima de Antônia da Conceição Lobo e João Maria Espanca, assim como seu Irmão, Apeles Espanca, nascido e 10 março de 1897. 


A sua vida de trinta e seis anos foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminiliade e panteísmo. 



A poetisa caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que so poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. 

Parte de sua inspiração veio de sua vida tumultuada, inquieta, e sofrimentos íntimos. Seu primeiro poema foi escrito em 1903: "A Vida e a Morte".


Descrição: http://2.bp.blogspot.com/-DKmP2GABxHs/TlFIg53DkpI/AAAAAAAAAFI/0Seve4pmyQo/s320/florbela+espanca+carlos+bottelho%255B20%255D.jpg


A Vida e a Morte 

O que é a vida e a morte
Aquella infernal enimiga
A vida é o sorriso
E a morte da vida a guarida



A morte tem os desgostos
A vida tem os felises
A cova tem as tristezas
I a vida tem as raizes

A vida e a morte são
O sorriso lisongeiro
E o amor tem o navio
E o navio o marinheiro



Auctora Florbella Espanca

Em 11-11-903

Com 8 annos d'Idade 


Livro de Mágoas (ou Livro das Mágoas) é a primeira obra poética de Florbela Espanca editada. Saiu em Junho de 1919  em Lisboa pela Tipografia Maurício graças a Raul Proença, um intelectual e crítico literário conceituado e influente, que reconheceu o talento da jovem poetisa. 

Descrição: http://4.bp.blogspot.com/--DpIP3rOJzU/TlFI1gWvGnI/AAAAAAAAAFM/MfE7x_ehsgE/s320/livro-de-magoas+%25281%2529.png

O livro, inicialmente nomeado Primeiros Passos, tinha por base onze poesias da coletânea Trocano Olhares. A autora enviou a Raul Proença a amostra da sua criação em Julho de 1916. Corrigiu os poemas conforme as sugestões do crítico e escreveu mais alguns para completar a sua primeira antologia. 

São trinta e dois sonetos dedicados ao pai ("A meu Pai. Ao meu melhor amigo") e ao irmão da poetisa ("À querida Alma irmã da minha. Ao meu irmão"). Florbela centra-se na temática da mágoa, da dor e da saudade, inserindo-se, desde o início da obra, num contexto decadentista. Para assinalar o tom finissecular a antologia abre com uma epígrafe a Eugênio de Castro ("Procuremos somente a beleza…") e a Verlaine ("Isoléns dans l’amour…"). Ao longo da obra observa-se uma tendência para chorar e lamentar-se, manifestada especialmente em sonetos "Vaidade", "Neurastenia", "Castelã" e "Em Busca do Amor". Abordando igualmente a temática do sonho, Florbela define para si um espaço poético único de comunicação entre os tristes e magoados. A poetisa expõe esta intenção logo no primeiro soneto: "Este Livro…". 

ESTE LIVRO ... 

Este livro é de mágoas. Desgraçados 
Que no mundo passais, chorai ao lê-lo! 
Somente a vossa dor de Torturados 
Pode, talvez, senti-lo ... e compreendê-lo. 
Este livro é para vós. Abençoados 
Os que o sentirem , sem ser bom nem belo! 
Bíblia de tristes ... Ó Desventurados, 
Que a vossa imensa dor se acalme ao vê-lo! 
Livro de Mágoas ... Dores ... Ansiedades! 
Livro de Sombras ... Névoas e Saudades! 
Vai pelo mundo ... (Trouxe-o no meu seio ...) 
Irmãos na Dor, os olhos rasos de água, 
Chorai comigo a minha imensa mágoa, 
Lendo o meu livro só de mágoas cheio! ...


EM BUSCA DO AMOR 

O meu Destino disse-me a chorar: 
“Pela estrada da Vida vai andando, 
E, aos que vires passar, interrogando 
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.” 
Fui pela estrada a rir e a cantar, 
As contas do meu sonho desfilando ... 
E noite e dia, à chuva e ao luar, 
Fui sempre caminhando e perguntando ... 
Mesmo a um velho eu perguntei: “Velhinho, 
Viste o Amor acaso em teu caminho?” 
E o velho estremeceu ... olhou ... e riu ... 
Agora pela estrada, já cansados, 
Voltam todos pra trás desanimados ... 
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu! ...”

" Existem filmes e existem filmes de Tim Burton " Johnny Depp. Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas [BIG FISH]



O que é real e o que é imaginário? Ou melhor, o quanto o imaginário pode ser melhor que o real? 




Em Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas Embarcamos nas lembranças fantasiosas do filho até perceber que tudo tinha sido inventado pelo pai simplesmente para tornar o mundo melhor e mais feliz. Um conto de fadas maravilhoso sobre uma bela relação entre pai e filho. Um filme mágico onde você viaja e se emociona. Um filme envolvente. Mistura comédia, drama, magia e o obscuro de forma perfeita. 


Sinopse:

Edward Bloom (Ewan McGregor) tem um dom enorme de cativar a todos com suas histórias fantásticas, cheias de criaturas estranhas e imaginação. Só que todo esse carisma teve um efeito colateral em uma das pessoas mais importantes de sua vida: seu filho Will Bloom (Billy Crudup). Ao invés de se encantar como todos os outros com todas as invenções cativantes de seu pai, Will simplesmente passou a criar um certo tipo de mágoa por não conhecer seu pai da maneira que gostaria. 

Ao juntar as histórias do pai moribundo, jovem tenta compreender melhor a figura do próprio pai e o que havia de verdadeiro em tantos contos espantosos e inacreditáveis A história vai sendo desenvolvida na tentativa de aproximação de Will com seu pai, enquanto suas magníficas histórias vão sendo contadas pelos personagens. 












Título Original:Big Fish







E nessa manhã de domingo eu trago flores para você !




Bem, faz algum tempo que eu não postava por aqui, mas pra me redimir trago umas coisinhas quem tem alegrado bastante os meus dias. Como eu disse Trago Flores para Vocês !! Espero que aproveitem e façam bom uso...


A nova geração MPB 


O Roqueiro-Sanfoneiro

Filho de pernambucanos, o paulista Marcelo 

Nascido na Cohab Juscelino, em Guaianases, Zona Leste de São Paulo, Jeneci foi criado pela mãe paulista e pelo pai pernambucano, Jeneci se criou rodeado por sanfonas no bairro de Guaianases, um dos redutos nordestinos de São Paulo. Seu pai, Manoel, ganhava a vida consertando acordeões e não perdia a oportunidade de exibir à clientela os dotes do menino, que desde cedo dedilhava o instrumento. Muitas das feras que passavam pela casa da família - em geral, ases do forró, como Dominguinhos - davam uma dica ou outra para o aspirante a músico profissional. Mas o sonho de Manoel não era ver o filho tocando gêneros regionais. Ele queria mesmo é que Jeneci virasse pianista de jazz - e daqueles bem virtuosos. 



Apaixonado por Roberto Carlos e instrumentos musicais. Cresceu embalado pelas estações de rádio populares e trilhas sonoras de novela. Mais de 25 anos depois, ele e a família se emocionavam cada vez que ouviam as canções do jovem compositor – "Amado" (parceria de Jeneci com Vanessa da Mata) e"Longe" (assinada com Arnaldo Antunes) – nas novelas de uma das principais emissoras de televisão do país. 


Hoje com 28 anos, o jovem se tornou uma das principais promessas da música brasileira, elogiado por colegas e jornalistas. Se não seguiu o caminho do jazz, tampouco abraçou os ritmos nordestinos ou o sertanejo. As baladas e os rocks que o cantor e compositor produz têm inspiração essencialmente urbana. No circuito alternativo paulistano, vários artistas de sua geração apostam que ele em breve conquistará as massas sem perder o aval da crítica. Vale dizer que, embora também seja pianista, Jeneci continua fiel à sanfona. Só que o instrumento se insere em seu trabalho da mesma maneira que no pop da mexicana Julieta Venegas, do francês Yann Tiersen e do grupo canadense Arcade Fire. 





Os primeiros passos de sua carreira artística se deram quando foi convidado para tocar sanfona na banda do cantor e compositor Chico César. Desde então, ele foi músico de apoio da cantora Vanessa da Mata (e co-autor de Amado, um dos maiores sucessos da carreira da artista) e atualmente toca com Arnaldo Antunes. No final de 2010, Marcelo Jeneci lançou Feito pra Acabar, um disco que canções de apelo pop com músicas que parecem saídas de um álbum de Roberto & Erasmo Carlos da década de 70. Feito pra Acabar tem pelo menos duas participações enriquecedoras. A primeira é Laura Lavieri, cantora que divide os vocais com Jeneci – e uma das coisas que torna a audição do disco deliciosa é o casamento das vozes desses dois artistas. A outra é de Arthur Verocai, arranjador de astros como Gal Costa e Marcos Vale, que assina cinco arranjos do CD.












quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dias Nublado



Manhãs frias me deixam nostálgica. Esses dias onde o sol resolve se esconder por entre as nuvens, como uma criança travessa fugindo da bronca dos pais. Tudo amanhece calmo e silencioso, parece até que os pássaros estão com preguiça de sair do ninho. Por que bem melhor é ficar deitado, ali juntinho, deixando o outro te esquentar. Aos poucos tudo vai despertando, as flores vão desabrochando, mas tudo bem devagar. Por que ninguém quer acordar. Por que melhor é ficar no teu ninho, e sentir o outro devagarzinho aos poucos despertar. Te dar um beijo e desejar bom-dia e sentir o calor do dia que agora vai começar. E o sol, essa criança travessa, resolve estão parar de brincar e nos obriga a levantar. E lá vamos nós para essa manhã tão cinza, de claridade que chega a dar dor nos nossos olhos. Almejamos permanecer nessa calmaria e esquecer os problemas, só apenas observar. Observar as cores do dia que aos poucos começa a raiar. E sentir o perfume dos lençóis e a brisa do alvorecer. E ouvir o outro com um sorriso te dizer “Bom-dia meu amor, é hora de acordar”. Mais quando se está sozinho, essas manhãs perdem a sua alegria, pois não há ninguém pra te desejar bom-dia, nem ninguém pra te esquentar. E as cores não são as mesmas, nem os cheiros nem os sons. Tudo perde o seu encanto e o dia é apenas mais um.

UM ESPETÁCULO NAS RUAS

Toda criatura é capaz de manifestar sua arte e através da mesma se encontrar consigo próprio e adquirir auto-estima.
Com um olhar mais atento podemos observar que nos mais remotos recantos do nosso planeta, inúmeros artistas de rua encontraremos demonstrando a sua arte através das mais variadas formas de expressão.
Um artista de rua (ou saltimbanco) é um artista que se apresenta em locais públicos a troco de gorjetas ou contribuições. Define-se como arte de rua praticamente todo tipo de diversão, como contorcionismos, acrobacias, truques com animais, truques com cartas, ventriloquismodanças, recitais de poesia e apresentações de música, entre outros.                                                          
 
A atividade que essas pessoas desenvolvem é uma das mais comoventes demonstrações de amor à vida e à arte. A rua é o seu palco e o seu cenário. De segunda a segunda lá estão eles, em palcos improvisados nas calçadas e semáforos. Nem o frio, nem a garoa impedem o trabalho. O público, salvo as poucas exceções, quase sempre está apressado. Ou observa tudo de dentro dos carros, com a atenção da duração de um sinal vermelho. O artista é autônomo. Decide seu horário, não tem patrão, empresário, mas também enfrenta as dificuldades do dia a dia de um trabalhador “por conta”. Desdobra-se para intervir com música, mágica, teatro e cor na paisagem cinza das metrópoles e para despertar a atenção do público. Nem sempre o trabalho é respeitado, ainda existe preconceito e repressão. O reconhecimento é o principal combustível para os dias seguintes de quem optou por sobreviver de sua arte. O povo, como plateia, observa, absorve a arte para encarar a vida com mais som e graça. E retribui.
Elas expõem seus trabalhos sem nenhuma ostentação acadêmica. A simplicidade das obras expostas nos gradis das praças ou espalhadas em volta do artista tem a mesma magia do som nostálgico com que o velho saxofonista brinda a tarde que também envelhece na cidade. 
Ser “artista”, viver da sua produção artística, já é uma condição nem sempre muito confortável. Poucos conseguem lugar de destaque e boa recompensa financeira pelo seu trabalho. Raros ficam ricos. 
Ser um “artista de rua”, seja produzindo, pintando, vendendo quadros, esculturas, bonecas, máscaras, artesanato, exercitando qualquer forma de manifestação artística, tem um agravante: o artista negocia seu trabalho diretamente com o consumidor, sem a interferência de um marchand ou de qualquer tipo de “representante”. 
Todo artista de rua quando apresenta o seu espetáculo está trabalhando, muitas vezes, são poucos os que param para valorizar e prestigiar o seu trabalho. Valorizar não somente dando um trocado, mais sim, incentivar, conversar e realmente se encantar com aplausos e parabenizá-lo pelo seu esforço.
O Circo é um dos mais belos exemplos dessa arte.
Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5.000 anos em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. A acrobacia inclusive era uma forma de treinamento para os guerreiros de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força. Com o tempo, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.
Em 108 a.C. houve uma grande festa em homenagem a visitantes estrangeiros, que foram brindados com apresentações acrobáticas surpreendentes. A partir daí, o imperador decidiu que todos os anos seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua. Até hoje os aldeões praticam malabarismo com espigas de milho e brincam de saltar e equilibrar imensos vasos nos pés. 

O primeiro circo europeu moderno, o Astley's Amphitheatre, foi inaugurado em Londres por volta de 1770 por Philip Astley, um oficial inglês da Cavalaria Britânica. O circo de Astley tinha um picadeiro com uma espécie de arquibancada perto. Construiu um anfiteatro suntuoso e fixo, pois ficaria permanentemente no mesmo lugar. Organizou um espetáculo eqüestre, com rigor e estrutura militares, mas percebeu que para segurar o público, teria que reunir outras atrações e juntou saltimbancos, equilibristas, saltadores e palhaço. O palhaço do batalhão era um soldado campônio, que acaba sendo o clown e que em inglês, origina de caipira. O palhaço não sabia montar, entrava no picadeiro montado ao contrário, caía do cavalo, subia de um lado, caía do outro, passava por baixo do cavalo. Como fazia muito sucesso, começaram a se desenvolver novas situações. Ao longo dos anos, Astley acrescentou saltos acrobáticos, dança com laços e malabarismo.
Seu espetáculo foi visto por gente de todo mundo, pois Londres era muito visitada. E em  50 anos, houve um rápido desenvolvimento do circo no mundo.
O termo circus foi utilizado pela primeira vez em 1782, quando o rival de Astley, Charles Hughes, abriu as portas do Royal Circus. Em princípios do século XIX havia circos permanentes em algumas das grandes cidades européias. Existiam, além disso, circos ambulantes, que se deslocavam de cidade em cidade em carretas cobertas. 
No Brasil, mesmo antes do circo de Astley, já haviam os ciganos que vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o circo. Entre suas especialidades incluíam-se a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos. Há relatos de que eles usavam tendas e nas festas sacras, havia bagunça, bebedeira, e exibições artísticas, incluindo teatro de bonecos. Eles viajavam de cidade em cidade, e adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam sucesso na cidade eram tirados do programa.
O circo com suas características, em geral itinerante, existe no Brasil a partir dos fins do século XIX. Desembarcavam em um porto importante, faziam seu espetáculo partiam para outras cidades, descendo pelo litoral até o rio da Prata, indo para Buenos Aires.
Atualmente, paralelamente aos circos itinerantes e tradicionais que ainda existem, a arte circense também se aprende em escolas. Por uma mudança de valores, muitos circenses colocaram seus filhos para estudar e fazer um curso universitário. As novas gerações estão trabalhando mais na administração dos circos.
Surge um novo movimento, que pode ser chamado de Circo Contemporâneo. Não há uma data precisa do seu surgimento, mas pode-se dizer que o movimento começou no final dos anos 70, em vários países simultaneamente.


No nosso estado, mais precisamente em Natal, existem algumas instituições que promovem a arte circense. Uma delas é o circo Tropa Trupe. Com sede provisória na UFRN, o Tropa Trupe vem desenvolvendo projetos como Varieté, Matinê e de Oficinas circenses, com atividades que vão desde o perna de pau, malabres, tecido acrobático e palhaço até acrobacia de solo. Porém, a falta de incentivo para os artistas torna precária a evolução dos diferentes tipos de arte. "Temos na bagagem também três espetáculos montados: Achado não é roubado, O equilibesta e O tempo. Queremos ter condições de reverter a situação de desvalorização que o circo e o artista vem sofrendo", afirmou a diretora do circo, Renata Marques. 

Uma vez que não existem orgãos públicos e nem sindicato com autonomia e competência para enfrentar os problemas e atender demanda da cultura em Natal e no RN, as dificuldades muitas vezes nem chegam ao conhecimento nos âmbitos municipal e estadual. Questionada sobre os artistas que buscavam valorizar seus trabalhos nos sinais, Renata é simples. "Estar na rua não quer dizer que o artista não seja bom. Ao contrário. Sobreviver da rua, principalmente numa cidade e país que não valorizam essa expressão artística é um grande desafio e muitas vezes uma imposição da situação, uma vez que o artista precisa ganhar dinheiro diariamente. A rua é sem dúvida o meio mais eficaz de entrar em contato com o público", 
A todos os Artistas na rua o meu parabéns, a rua se torna mais bonita com vocês, e a vida se torna mas alegre, os fardos do  dia a dia mas leve, se vocês nos fazem sorrir.