quarta-feira, 15 de junho de 2011

UM ESPETÁCULO NAS RUAS

Toda criatura é capaz de manifestar sua arte e através da mesma se encontrar consigo próprio e adquirir auto-estima.
Com um olhar mais atento podemos observar que nos mais remotos recantos do nosso planeta, inúmeros artistas de rua encontraremos demonstrando a sua arte através das mais variadas formas de expressão.
Um artista de rua (ou saltimbanco) é um artista que se apresenta em locais públicos a troco de gorjetas ou contribuições. Define-se como arte de rua praticamente todo tipo de diversão, como contorcionismos, acrobacias, truques com animais, truques com cartas, ventriloquismodanças, recitais de poesia e apresentações de música, entre outros.                                                          
 
A atividade que essas pessoas desenvolvem é uma das mais comoventes demonstrações de amor à vida e à arte. A rua é o seu palco e o seu cenário. De segunda a segunda lá estão eles, em palcos improvisados nas calçadas e semáforos. Nem o frio, nem a garoa impedem o trabalho. O público, salvo as poucas exceções, quase sempre está apressado. Ou observa tudo de dentro dos carros, com a atenção da duração de um sinal vermelho. O artista é autônomo. Decide seu horário, não tem patrão, empresário, mas também enfrenta as dificuldades do dia a dia de um trabalhador “por conta”. Desdobra-se para intervir com música, mágica, teatro e cor na paisagem cinza das metrópoles e para despertar a atenção do público. Nem sempre o trabalho é respeitado, ainda existe preconceito e repressão. O reconhecimento é o principal combustível para os dias seguintes de quem optou por sobreviver de sua arte. O povo, como plateia, observa, absorve a arte para encarar a vida com mais som e graça. E retribui.
Elas expõem seus trabalhos sem nenhuma ostentação acadêmica. A simplicidade das obras expostas nos gradis das praças ou espalhadas em volta do artista tem a mesma magia do som nostálgico com que o velho saxofonista brinda a tarde que também envelhece na cidade. 
Ser “artista”, viver da sua produção artística, já é uma condição nem sempre muito confortável. Poucos conseguem lugar de destaque e boa recompensa financeira pelo seu trabalho. Raros ficam ricos. 
Ser um “artista de rua”, seja produzindo, pintando, vendendo quadros, esculturas, bonecas, máscaras, artesanato, exercitando qualquer forma de manifestação artística, tem um agravante: o artista negocia seu trabalho diretamente com o consumidor, sem a interferência de um marchand ou de qualquer tipo de “representante”. 
Todo artista de rua quando apresenta o seu espetáculo está trabalhando, muitas vezes, são poucos os que param para valorizar e prestigiar o seu trabalho. Valorizar não somente dando um trocado, mais sim, incentivar, conversar e realmente se encantar com aplausos e parabenizá-lo pelo seu esforço.
O Circo é um dos mais belos exemplos dessa arte.
Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5.000 anos em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. A acrobacia inclusive era uma forma de treinamento para os guerreiros de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força. Com o tempo, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.
Em 108 a.C. houve uma grande festa em homenagem a visitantes estrangeiros, que foram brindados com apresentações acrobáticas surpreendentes. A partir daí, o imperador decidiu que todos os anos seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua. Até hoje os aldeões praticam malabarismo com espigas de milho e brincam de saltar e equilibrar imensos vasos nos pés. 

O primeiro circo europeu moderno, o Astley's Amphitheatre, foi inaugurado em Londres por volta de 1770 por Philip Astley, um oficial inglês da Cavalaria Britânica. O circo de Astley tinha um picadeiro com uma espécie de arquibancada perto. Construiu um anfiteatro suntuoso e fixo, pois ficaria permanentemente no mesmo lugar. Organizou um espetáculo eqüestre, com rigor e estrutura militares, mas percebeu que para segurar o público, teria que reunir outras atrações e juntou saltimbancos, equilibristas, saltadores e palhaço. O palhaço do batalhão era um soldado campônio, que acaba sendo o clown e que em inglês, origina de caipira. O palhaço não sabia montar, entrava no picadeiro montado ao contrário, caía do cavalo, subia de um lado, caía do outro, passava por baixo do cavalo. Como fazia muito sucesso, começaram a se desenvolver novas situações. Ao longo dos anos, Astley acrescentou saltos acrobáticos, dança com laços e malabarismo.
Seu espetáculo foi visto por gente de todo mundo, pois Londres era muito visitada. E em  50 anos, houve um rápido desenvolvimento do circo no mundo.
O termo circus foi utilizado pela primeira vez em 1782, quando o rival de Astley, Charles Hughes, abriu as portas do Royal Circus. Em princípios do século XIX havia circos permanentes em algumas das grandes cidades européias. Existiam, além disso, circos ambulantes, que se deslocavam de cidade em cidade em carretas cobertas. 
No Brasil, mesmo antes do circo de Astley, já haviam os ciganos que vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o circo. Entre suas especialidades incluíam-se a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos. Há relatos de que eles usavam tendas e nas festas sacras, havia bagunça, bebedeira, e exibições artísticas, incluindo teatro de bonecos. Eles viajavam de cidade em cidade, e adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam sucesso na cidade eram tirados do programa.
O circo com suas características, em geral itinerante, existe no Brasil a partir dos fins do século XIX. Desembarcavam em um porto importante, faziam seu espetáculo partiam para outras cidades, descendo pelo litoral até o rio da Prata, indo para Buenos Aires.
Atualmente, paralelamente aos circos itinerantes e tradicionais que ainda existem, a arte circense também se aprende em escolas. Por uma mudança de valores, muitos circenses colocaram seus filhos para estudar e fazer um curso universitário. As novas gerações estão trabalhando mais na administração dos circos.
Surge um novo movimento, que pode ser chamado de Circo Contemporâneo. Não há uma data precisa do seu surgimento, mas pode-se dizer que o movimento começou no final dos anos 70, em vários países simultaneamente.


No nosso estado, mais precisamente em Natal, existem algumas instituições que promovem a arte circense. Uma delas é o circo Tropa Trupe. Com sede provisória na UFRN, o Tropa Trupe vem desenvolvendo projetos como Varieté, Matinê e de Oficinas circenses, com atividades que vão desde o perna de pau, malabres, tecido acrobático e palhaço até acrobacia de solo. Porém, a falta de incentivo para os artistas torna precária a evolução dos diferentes tipos de arte. "Temos na bagagem também três espetáculos montados: Achado não é roubado, O equilibesta e O tempo. Queremos ter condições de reverter a situação de desvalorização que o circo e o artista vem sofrendo", afirmou a diretora do circo, Renata Marques. 

Uma vez que não existem orgãos públicos e nem sindicato com autonomia e competência para enfrentar os problemas e atender demanda da cultura em Natal e no RN, as dificuldades muitas vezes nem chegam ao conhecimento nos âmbitos municipal e estadual. Questionada sobre os artistas que buscavam valorizar seus trabalhos nos sinais, Renata é simples. "Estar na rua não quer dizer que o artista não seja bom. Ao contrário. Sobreviver da rua, principalmente numa cidade e país que não valorizam essa expressão artística é um grande desafio e muitas vezes uma imposição da situação, uma vez que o artista precisa ganhar dinheiro diariamente. A rua é sem dúvida o meio mais eficaz de entrar em contato com o público", 
A todos os Artistas na rua o meu parabéns, a rua se torna mais bonita com vocês, e a vida se torna mas alegre, os fardos do  dia a dia mas leve, se vocês nos fazem sorrir.

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